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Especialista alerta para a ineficácia das dietas restritivas

Em São Paulo

03/07/2014 12h47

Ao longo dos anos diversas dietas das mais diferentes origens e métodos são disseminadas entre quem busca perder peso e manter uma vida saudável, mas apesar dos resultados de fato existirem, estas dietas utilizam um método "chato, burro e que enjoa", destaca o endocrinologista Luciano Negreiros.

Com três livros publicados sobre educação e conscientização alimentar, Luciano defende que a alimentação precisa ser pensada como saúde, e não apenas como um método para emagrecer.

Segundo ele, as dietas restritivas podem até trazer resultados, mas são insustentáveis no longo prazo e não conseguem manter uma reeducação alimentar sólida.

"Não gosto da ideia de dieta e regime, que você faz por um curto período e não consegue manter no longo prazo", ressalta o médico.

Luciano lembra que a dieta restritiva até pode fazer sentido para quem está em um tratamento médico e que precise perder peso rapidamente, mas isso deve ser feito com o acompanhamento médico e profissional sob o risco de haver deficiências nutricionais no médio e longo prazo.

"Geralmente fica uma dieta monótona, que por isso não consegue ser levada a longo prazo. O ideal que a gente propõe é uma reeducação alimentar, onde a pessoa consegue, além de mudar o corpo, mudar a cabeça, que é o mais importante", ressalta.

Um dos maiores problemas destacados pelo endocrinologista é o grande modismo que há com dietas do momento, como as atuais dietas do glúten, da lactose e do carboidrato.

"O mundo está criando uma gama de pacientes que todos são intolerantes à lactose e ao glúten, e isso é uma inverdade!", alerta Negreiros ao ressaltar que muitas das pessoas que aderem a estas dietas sequer teriam necessidade de abrir mão destes alimentos para emagrecer.

Além disso, ele destaca que para muitos pacientes estas dietas, que vilanizam determinados alimentos ou ingredientes, podem trazer riscos nutricionais, como uma baixa de energia numa dieta pobre em carboidratos, ocasionando fraqueza.

O endocrinologista lembra que qualquer dieta deve ser elaborada de forma individualizada para cada paciente, já que "a longo prazo pode ocorrer outras deficiências se a dieta for feita por conta própria e sem um acompanhamento de sangue e dosagem de nutrientes".

"O tratamento que tem resultado bom e no longo prazo, é aquele que faz um balanceamento nutricional de carboidratos, proteínas e inclusive gorduras, já que as gorduras saudáveis também são importantes e prioritárias numa dieta", destaca.